Tio Jaques, gostou muito e a presenteei!
Extraviou-se, então resolvi escrever a versão II, quentinha, lá no plantão do São Pedro noite passada.
Abraço, Bira
Jorge Louco II
(Halley)*
E depois de tanto tempo
só me ficou na memória,
O dia que uma história
Escrevi em verso rimado
E agora estou animado
Com a ideia do Toni Prates,
O original, dei pra o tio Jaques,
Eu tinha só quinze anos,
Desculpem, se deixo enganos
Que se perderam no vento.
Tenho vivo na lembrança....
Na chuvarada ou na seca
La vinha a velha carreta
Até em cima de lenha,
Os bois entendendo a senha,
Ahhh, ahhh, ahhh, angico, colorado..
num canto desafinado
obedecendo a picanha
nem mesmo faziam manha
e nenhum canzil balança!
Com seu machado, um adorno
Cortar o mato era um upa
Bolacha e café na garupa
lhes garantia o sustento,
Com sol chuva ou vento
Combustível não faltava
Pro fogo que se ajeitava
No galpão ou na cozinha
E que cheirinho que vinha
dos pães assados no forno.
E quando a seca chegava,
Cumpria-se o mesmo ritual,
Pois este xiru Bagual
não deixava faltar água
A memória não apaga
De vê-lo encher o Barril
Sem mesmo usar funil,
Bem do lado da cozinha
A bebida bem fresquinha
Que nossa sede matava.
E na escolha dos amigos
Tinha gestos diferentes
Os amigos e os parentes
Aos quais era apegado
De surpresa eram tomados
ao receber de supetão
Uma cebola ou um pão
Confirmando a amizade
Como promessa de padre
E como dever cumprido
E quando a seu juízo
O governo ia mal
Tornava-se bem formal
E ditava uma carta
Com letra redonda e farta
De alguém que Ele confiara
Chamava a Dona Juçara
E dava conselho aberto
E hoje sei, tudo era certo
Teríamos menos prejuízo
Falava com o Presidente
Usando o pronome exato,
me surpreende e lhes relato
citava as preocupações
com a natureza, os peões,
a até com a reforma agrária
e sua idéia era contrária
à monocultura, e o imposto
e a migração a contra gosto
Pra os “amontoados” de gente.
A saudade que eu senti
Pelo tempo pela vida
Com uma risada sentida
Querido Jorge nosso irmão
Não confirmo a previsão
Que fizestes em minha infância
De capitão ser ordenança
Mas fica em minha lembrança
Tua amizade teu gesto
E escrevo este manifesto
Que eu dedico pra ti
Fiquei pensando um pouco
Que eu até tive sucesso
Analiso, observo e meço
O caminho que tomei
Por isso não me alistei
Fugi das forças armadas
Fui servir noutra parada
Sem fugir do sacrifício
Fui servir a um Hospício
Lotado de Jorges Louco!
*Pseudônimo de Ubirajara Brites.
Mas que lindo Bira ,ameiiiiiiiii!
ResponderExcluirMas que lindo Bira ,ameiiiiiiiii!
ResponderExcluirMeu querido sobrinho BIRA, você quase me faz chorar. Teus lindos versos me levam a voltar anos atrás. Convivi com o jorge louco na minha adolescência. Era louco sim, mas bem inteligente.
ResponderExcluirMas tinha as suas crises e quase matava a gente, de medo desse gerente. E não existia igual fazenda do MARCIRIO BRITES.
Rebeca foi um email antigo.e não consigo me livrar. quem puder eu peço ajuda pra me livrar desse mal.
ResponderExcluirSou a helena brittes.
Bela poesia e lembranças que jamais esqueceremos de quem amamos e queremos bem. Parabéns!!!
ResponderExcluirCarlos Eugenio Brittes ( Kiko )